| Seminário com Manuel
Castells
Inaugurando o projeto Aula São Paulo, o Professor
Manuel Castells destacou 12 pontos considerados chaves
na gestão de uma grande cidade, tomando exemplos
de Barcelona, Nova Iorque, Cidade do México
e referências a São Paulo.
O primeiro ponto considerado essencial por Castells
é prioridade da administração:
a primeira ação de uma reforma municipal
é a reforma da administração
municipal. Em Barcelona, isso foi fundamental, ao
se incrementar a produtividade com menor custo. Ademais,
o incremento dos recursos tecnológicos, somados
a maior flexibilidade e descentralização,
permitiram, não apenas uma série de
recursos à população, como também
maior transparência administrativa. Para que
essa política não tenha caráter
populista (frente à necessidade de se tomar
decisões impopulares), é preciso também
que haja a construção de legitimidade
política, pensando a comunicação
enquanto área estratégica.
Para lidar com o problema da segurança, Castells
propõe começar pelos problemas estruturais,
como o salário pago aos policiais e, depois,
a confiança que a população deve
ter em relação a eles. No âmbito
dos transportes, a questão também não
está ligada a simples construção
de vias expressas ou mais meios de transporte coletivos,
sem que haja concessão de licenças,
determinação de uso do solo, enfim,
uma política de transporte. Isso passaria,
ainda, por uma visão de confluência dos
diversos meios de transporte, sem esquecer que o caminhar
é um dos mais importantes.
Dois outros temas destacados foram a reforma de favelas
e conjuntos habitacionais, e a revitalização
da vida urbana, em que se enfatizou a importância
de se buscar uma política semi sistemática
de acondicionamento de equipamentos de segurança,
estimulando e incrementando as capacidades de auto-construção
e autogestão dos equipamentos. Isso seria acompanhado
de políticas de revitalização
de núcleos de socialização, tanto
no centro quanto na periferia. As duas medidas, são
capazes de indicar uma terceira, a reconstrução
do espaço público, como espaço
fundamental da relação na cidade. O
espaço público é a própria
política urbana da relação e
da comunicação.
Chegando ao fim, o Professor ressaltou a “marcação
simbólica do espaço”, ou ainda,
a “monumentalidade distribuída”.
Monumentos, estátuas, artes públicas,
são fundamentais às cidades.
Como último ponto, falou sobre a necessidade
de construir uma política integrada, em que
todos os preceitos sejam contemplados a partir de
um plano estratégico, sendo este entendido
enquanto juntar os atores sociais, as forças
sociais, econômicas, culturais, políticas
da cidade, com o município. Nesse aspecto,
há que se buscar a criatividade dos bons urbanistas
brasileiros que podem fazer as coisas muito melhor
e muito mais fácil que os grandes urbanistas
internacionais, que repetiriam as fórmulas
já usadas em outras cidades do mundo.
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