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Meio Ambiente

As fórmulas dos gigantes
Por Nicole Barrett*

As megacidades do mundo, esses gigantes de cimento e asfalto, têm complexos problemas ambientais. Existe uma ampla documentação acerca do mesmos, mas pouco se conhece sobre as soluções - inovadoras e criativas - que essas cidades têm descoberto. Estas iniciativas existem. Apresentamos três casos em Cairo, Tókio e Los Angeles.

O lixo no Cairo

A população do Cairo cresce a uma velocidade explosiva e torna fácil imaginar a que ritmo e de que maneira se produz o lixo da cidade.

Ainda que se trate de uma tarefa titânica, a comunidade de Zabbaleen se dedica por tradição a coleta de desperdícios, classificando-os e reciclando-os.

Quando, porém, o governo adotou sistemas modernos para dispor dos resíduos, a comunidade se viu em perigo de perder sua fonte tradicional de sustento. Por isto, em 1980 se formou uma aliança entre a comunidade Zabbaleen, um grupo de assistência técnica e o governo local.

Este programa funciona há dez anos através de vários subprojetos e criou milhares de empregos. Instalaram-se, por exemplo, microempresas com maquinaria pequena para converter matéria prima selecionada e limpa, em produtos de manufatura simples como solas para sapatos, munhecas de plástico e pratos metálicos que se vendem a um preço muito mais alto que as matérias primas.

O programa também inclui uma planta para compostas, um projeto de limpeza da vizinhança e outro dedicado à mecanização. O êxito do programa de Zabbaleen foi tão grande que se reproduziu em Bombai e em Manila.

A água em Tóquio

A demanda por água em Tóquio aumenta tão rapidamente como o tamanho da cidade e sua população.

A construção de novas represas ameaçou as terras agrícolas e as florestas dos arredores da cidade. Ao ir-se cobrindo os espaços verdes de Tóquio com asfalto e concreto, se deteriorou o ciclo da água.

Um dos 23 distritos de Tóquio, Sumita, estabeleceu, então, um sistema para reciclar a água da chuva e resolver os problemas de escassez na cidade.

O Escritório Distrital de Sumita promove o uso da água da chuva desde 1983 e construiu 13 instalações para este fim nos últimos 8 anos.

A promoção do uso da água da chuva serve, além disso, para assegurar o abastecimento do recurso no próprio distrito, extinguir incêndios em casos de emergência, prevenir inundações e o transbordamento de águas pretas quando chove muito, assim como o afundamento do subsolo por falta do recurso.

O armazenamento de água da chuva ajuda a reduzir o consumo da água encanada e, em um plano maior, protege as florestas e as terras agrícolas que se destruiriam com a construção de novas represas.

O Escritório Distrital está decidido agora a promover agressivamente o uso de água de chuva em instalações públicas e pretende divulgar a tecnologia para sua utilização no setor privado.

Horticultura em Los Angeles

A zona sul da área central de Los Angeles enfrenta problemas similares aos de muitas zonas urbanas em crescimento: elevados índices de criminalidade, pobreza e desemprego.

O estado de deterioração desta zona tem efeitos nocivos para os jovens, que carecem de treinamento para trabalhar e não têm acesso a atividades recreativas. A violência das gangues e os homicídios são parte da vida diária: o assassinato é a causa principal de morte entre os jovens negros com menos de 25 anos.

Este panorama impulsionou a George Singleton, fundador de "Hope LA", a Buscar uma forma de transformar esta zona de Los Angeles em um "ecossistema que defenda a vida em lugar de aniquilá-la."

" Hope LA" emprega jovens em situação de risco para converter lotes vazios em frondosos espaços verdes e de cultivo de hortaliças. Ao mesmo tempo em que melhora as condições ambientais e cria fontes de oportunidades, o projeto infunde amor próprio aos membros do grupo e conecta o centro da cidade com a natureza.

O programa tem vários componentes que demonstram aos participantes as aplicações práticas da ciência. Os jovens assistem a um curso integral que inclui matemática, química, economia, arquitetura e jardinagem. No cultivo dos jardins se empregam antigas técnicas agrícolas egípcias e nativas da América, como o estabelecimento de sulcos mais profundos para o semeio, que permitem maximizar a quantidade colhida de plantas na pouca terra urbana.

“Hope LA” é único por seu autofinanciamento: o projeto cobre seus gastos com a venda dos produtos da colheita.

*A autora é pesquisadora de Mega-Cidades, uma rede transnacional sem fins lucrativos com sede em Nova York, dedicada a compartilhar soluções inovadoras para os problemas das grandes cidades do mundo.

http://www.tierramerica.org/ciudades/gigantes.shtml

 

 

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