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Paisagem Urbana

Criação da Corporação Antigo Puerto Madero S.A.

Com o fim de impulsionar a urbanização da área de Puerto Madero, o Ministério de Obras e Serviços Públicos, o Ministério do Interior -ambos representando o Poder Executivo Nacional- e a Prefeitura da Cidade de Buenos Aires, constituíram, no dia 15 de novembro de 1989, uma sociedade anônima denominada "Corporação Antigo Puerto Madero S.A.".

Ambas as partes -o Governo Nacional e o da Cidade de Buenos Aires- participaram como sócios igualitários. O Governo Nacional transferiu a propriedade dos 170 hectares do território de Puerto Madero -que tinha jurisdições sobrepostas entre a Administração Geral de Portos, a empresa Ferrovias Argentinas e a Junta Nacional de Grãos, entre outras- à Corporação Antigo Puerto Madero S.A., enquanto o Governo da Cidade de Buenos Aires elaborou as normas que regeriam este desenvolvimento urbano.

Concurso Nacional de Idéias e Plano Diretor

Uma vez formada a Corporação, como empresa a cargo da urbanização, deveria ser empreendido o design de um plano diretor que servisse como marco para o desenvolvimento da área, que definisse uma estrutura de uso de espaços, volumes, circulação e recriação.

Considerando que a Sociedade Central de Arquitetos constituía uma instituição de prestígio e era apropriada para intervir no projeto, em junho de 1991 a Corporação Antigo Puerto Madero S.A. assinou um convênio com esta Sociedade e com a Prefeitura da Cidade de Buenos Aires, convocando um Concurso Nacional de Idéias para Puerto Madero.

As bases para o mesmo estabeleciam:

• A reconversão da área, superando a situação de deterioração em que se encontrava.

• Reordenamento que contribuísse para recompor seu caráter urbano, tendendo a equilibrar os déficits da área central e preservando seu poder atrativo.

• Promover o alojamento de atividades terciárias - repartições públicas e privadas, serviços comerciais e culturais - acompanhadas de assentamentos de tipo residencial.

• Reconquistar áreas próximas ao rio, incorporando áreas verdes para recriação e expansão.

A convocação teve uma rotunda resposta; foram apresentados 96 estudos de profissionais de todo o país. Em fevereiro de 1992, um jurado outorgou o primeiro prêmio a três equipes. Conforme estabelecido pelas normas do concurso, três integrantes de cada uma passaram a constituir uma nova equipe para trabalhar na definição dos espaços e volumetria definitivos. Seus integrantes foram os arquitetos Juan Manuel Borthagaray, Cristian Carnicer, Pablo Doval, Enrique García Espil, Mariana Leidemann, Carlos Marre, Rómulo Pérez, Antonio Tufaro y Eugenio Xaus, que completaram o projeto em outubro de 1992.

  O Plano Diretor

O Plano Diretor serviu para proporcionar as pautas gerais e uma estrutura básica, que regeriam os diversos desenvolvimentos dentro da área.

A estrutura do plano apresentava uma margem estreita de edificação sobre as bordas dos diques, contemplando a preservação dos ladrilhos que corriam sobre o setor oeste. No setor leste, a faixa confinante com a borda dos diques apresentava uma edificação baixa, com um "mix" de usos, para dotar de maior atrativo os passeios públicos. Uma segunda linha atrás desta se projetava a uma maior altura. Dois cachos de torres rematavam sobre os bulevares centrais transversais, na sua projeção para a Encosta, rememorando a "Cité de Negocios" projetada em 1938 por Le Corbusier.

Como compensação dos espaços edificáveis, o Plano contemplava a construção de dois grandes parques para o leste dos diques dois e três, criando uma ampla área de expansão que se vincularia com o setor de Encosta Sul, revitalizando toda a faixa costeira.

intenção de impulsionar a recuperação do espaço público para a cidade ficava marcada além disso, pelos amplos passeios públicos desenhados sobre ambas as bordas da linha dos diques, assim como pelos bulevares arborizados e as numerosas pracinhas planejadas para a área. O projeto teve como pauta diretriz integrar as novas construções, sem perder o caráter portuário que a área devia conservar. Para isto foi determinada a preservação daquelas edificações de caráter histórico que eram possíveis de serem restauradas. Elas foram a zona das docas de tijolo do setor oeste, assim como o antigo depósito de Moinhos "O Portenho" , o ex-silo da Junta Nacional de Grãos e a antiga sede administrativa de Moinhos Rio da Prata, estas últimas no setor leste, somando um total de 19 edifícios, o que dá uma idéia da importância do empreendimento e das dimensões do projeto encarado.

1ª Etapa: Setor Oeste

  Uma vez estabelecido o plano geral, a Corporação Antigo Puerto Madero S.A. começou a trabalhar no processo de valorização da faixa oeste dos diques, onde se situavam os antigos galpões de tijolo. Estes edifícios constituíam o principal patrimônio histórico arquitetônico e marca da identidade portuária da zona, razão que atendeu o então Honorável Conselho Deliberante da Cidade de Buenos Aires, declarando este setor "Área de Proteção Patrimonial Antigo Puerto Madero", estabelecendo estritas normas de proteção a respeitar.

São dezesseis edifícios que correm circundando os diques, à razão de quatro por cada um, compreendendo um total de 320.000 m² cobertos. Deles, um necessitou ser inteiramente reconstruído já que se encontrava totalmente destruído por um incêndio, e se fez respeitando a forma e volume do original; é o atual píer branco, situado na. M. de Justo ao 1.100.

A Corporação decidiu que este processo fosse efetuado em períodos sucessivos de venda, começando pelo norte por ser o setor mais valorizado. Em julho de 1991 foram licitados os primeiros cinco edifícios, quando se apresentaram 26 grupos empresários, marcando o interesse despertado nos investidores. Em março de 1992 aconteceu a segunda licitação correspondente aos três galpões restantes do dique 3. Em outubro do mesmo ano, foram vendidos os quatro edifícios do dique 1 (extremo sul) e se adjudicaram os quatro galpões do dique 2 à Universidade Católica da Argentina, para a construção de um campus universitário.

Imediatamente, a Corporação Antigo Puerto Madero S.A. deu início às obras de infra-estrutura (rede de serviços e abertura de ruas) e do passeio público, permitindo que em poucos anos se completasse a “reciclagem” da área. Isto conformou o novo espaço para a cidade, que atraiu, estabeleceu e enraizou empresas e gerou um pólo comercial e gastronômico.

2ª Etapa: Setor Leste

O sucesso do desenvolvimento do setor Oeste potencializou o lançamento do setor Leste, com terrenos de maiores dimensões e de maiores possibilidades construtivas. Esta área podia desenvolver uma superfície aproximada a 1.500.000 m² cobertos. À diferença do Oeste, de perfil claramente histórico, a parte Leste se apresentava com uma projeção moderna.

Em 1996 foi iniciada a segunda etapa do plano de urbanização. Procedeu-se mediante processos licitatórios à venda das diferentes parcelas, de maneira progressiva. O interesse ficou evidenciado através dos numerosos e importantes projetos apresentados, o que superava os prognósticos previstos. Por sua vez, a Corporação teve que limpar uma área cuja superfície triplicava a do setor anterior, e as múltiplas edificações existentes obrigaram-na a uma série de demolições e desmatamentos para assim iniciar os necessários trabalhos de infra-estrutura e abertura de ruas requeridas.

ouco a pouco Puerto Madero foi tomando forma, dando lugar à constituição de um novo bairro que conjuga o histórico com o moderno, recuperando e revalorizando o espaço público e a relação com o setor costeiro.

 

 

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