A quarta edição do ano da Aula São Paulo aconteceu nesta sexta-feira, 10/08, no auditório da CDHU, trazendo três especialistas da Califórnia – mais especificamente, da região sul daquele estado norte-americano – para falar sobre uso do solo, habitação e transporte.

Logo na abertura, Renato Viégas, diretor-presidente da Emplasa, comentou a importância do evento, lembrando que o mesmo já representa a primeira etapa de um acordo de cooperação técnica tripartite, envolvendo a própria Emplasa, a Universidade de São Paulo e a Universidade do Sul da Califórnia. Viégas falou também sobre a futura ida, em novembro, de uma delegação paulista da Emplasa aos Estados Unidos, para dar prosseguimento aos estudos preparatórios ao novo Plano de Ação para as quatro regiões metropolitanas do Estado, que deverá estar pronto em breve.

Os trabalhos foram iniciados pelo diretor da SCAG (Southern California Association of Governments), Hasan Ikhrata, que discorreu sobre a questão do uso da terra e de como “é preciso criar infraestrutura onde as pessoas estão”, lembrando que a associação que dirige é responsável por seis distritos e 191 cidades no sul da Califórnia, “cidades que vão de 5 mil a 4 milhões de habitantes”.

JOGO DAS CIDADES

Hasan, em sua exposição, reforçou a necessidade de coordenação entre as cidades e de como eles lá trabalham com comitês representantes. Também discorreu sobre como demonstrar o valor agregado de alguns gargalos públicos para, paradoxalmente, atrair investimentos em infraestrutura e conseguir o envolvimento dos cidadãos.
         
Com uma apresentação visual bem colorida, Ikhrata colocou no centro de tudo a questão da qualidade de vida das pessoas, e recordou as mudanças demográficas que estão por vir, e que necessariamente farão parte dos planejamentos metropolitanos dos próximos anos, além da modernidade de se pensar e oferecer possibilidades de escolha à população.

O segundo palestrante, Eric Heikkila, professor e diretor de iniciativas internacionais da USC, apresentou uma espécie de exercício ou jogo que, por critérios quase subjetivos, coloca grandes cidades no contexto global das percepções, segundo a conjugação de três fatores: cultural, econômico e  político. O resultado, para São Paulo, foi um patamar quase indiano, com maior peso para o vetor econômico, tudo dentro de um contexto global.

Heikkila também alertou para os fatores “nexo com o mundo”, “microcosmo do mundo” e “projeções para o mundo”, muito práticos, como maneiras de se pensar as metrópoles e medir o que chamou de “valor icônico”, que inclusive nada tem a ver com o tamanho geográfico das cidades.

Richard Green, diretor da USC e especialista das áreas de mercado imobiliário e políticas habitacionais, por fim, focou sua apresentação no assunto habitação lembrando que, mais importante do que falar das incríveis residências da Califórnia, é falar das “casas adequadas”, que variam de país para país, mas devem ter tudo a ver com o uso eficiente da terra e com a criação de infraestrutura básica.

Antes do encerramento, muitas perguntas foram feitas pela plateia lotada, mostrandoo nível de interesse e o sucesso da iniciativa (www.aulasaopaulo.sp.gov.br).